terça-feira, março 16, 2010

DIARIO 01 - 2010

Gravata vermelha, camisa de listras, calça preta e sapato preto.
Ele chegou, frio e calculista, sem cumprimentos, nem sorrisos. Apenas um 'Bom dia' seco.
Um telefonema e fui correndo a sala dele, levei os papeis e a caneta, perfumou a sala quando passou a fazer parte dela, sem me proporcionar um pingo de cambimento eu me recolhi a minha mesa quadrada fora da sala dele.
Telefone toca novamente, ele me pediu uma ligação, era para uma joalheria, passei a ligação pra ele, e quando a mesma voltou para mim, foi só para que eu passasse a numeração do cheque.
Um colar carissimo, para uma mulher claro. Quase choro, ele sempre foi o solteirão, ja mandei flores, chocolates, mas um colar?
Pensei, sofri e trabalhei.
Ao sair para o almoço ele anunciou que nao voltaria mais hoje,e adivinha?
Era o aniversario de 63anos da mãe dele.


BP

quinta-feira, março 04, 2010

Texto - 01


Acordei meio atordoado e não conseguia abrir os olhos. Na segunda tentativa o olho esquerdo mostrou-me um clarão, com os dois olhos enxerguei a janela, já era manhã e chovia. O litro da vodka estava no chão ao lado do sofá, procurei o copo e lembrei que eu bebia na garrafa mesmo. Tentei levantar, mas a cabeça rodava, e deitei. Olhei novamente para o lado e vi meu celular a baixo da janela e levava chuva, consegui levantar e fui pega-lo, estava desligado, pedi a Deus pra que ele não tivesse ensopado. Ligou e a secretaria não avisou nenhuma ligação, nenhuma mensagem, nada, só pra variar.
Meu estômago pediu comida, levantei e fui até a geladeira e preparei um sanduiche meio bichado que tomei com um café com leite. Liguei a televisão e só consegui assistir os desenhos animados da manhã, ainda com um pouco de dor de cabeça resolvi levantar e fechar a janela, neste instante a chuva estava invadindo a sala violentamente. Coloquei a vodka na geladeira, lavei a louça que estava empilhada na pia, limpei a cozinha e a sala, porém em senti sujo, finalmente olhei a hora no celular e já eram 9 horas de uma sexta-feira. Tomei banho e vesti uma roupa limpa, ou melhor a única que estava no meu guarda-roupas, todas as outras precisavam ir pra lavanderia da esquina. Peguei o celular, as chaves, um caderno de notas com um grafite, coloquei as roupas sujas em sacolas onde separei por modelos, calças, camisas, bermudas e desci para a lavanderia que ficava no térreo do prédio em frente ao que eu morava.
Na lavanderia esperei minha vez, todas as maquinas estavam ocupadas, e encontrei meu vizinho no aguardo de suas roupas, conversamos por alguns segundos e logo sentei próximo a maquina que ia desocupar. Enquanto eu pensava em algo novo pra escrever e passar o tempo entra na lavanderia uma mulher de boa aparência, bastante atrapalhada com suas roupas sujas e uma criança a tira colo. O garoto chorava, esperneava deixando a mulher bastante envergonhada, ela sentou-se e ofereceu doce, o garoto não quis, conversou, pediu silencio, até que o garoto gritava dizendo que queria lavar as roupas. Eu comecei a ficar incomodado com as atitudes do garoto, afinal eu precisava escrever algo e ele não estava deixando eu me concentrar. Pensei em dar a minha vez a ela, mas não resolvi escrever ou melhor descrever aquela situação, e mesmo com o choro do garoto naquele abafado eu desencadeei escrevendo, que quase perdi minha vaga para lavar as roupas. Coloquei tudo nas maquinas ativei o sabão e o ativador de limpeza que me custou 3reais a mais e sentei novamente, a vez da mãe atrapalhada chegou e a criança calou-se empolgado colocando as roupas na maquina, após ter colocado tudo, o garoto engoliu o choro e focalizou sua atenção nas roupas que rodopiavam ali em sua frente. A mulher puxou uma revista de fofocas da bolsa e suspirou aliviada. Minha roupa ficou pronta, peguei, separei, paguei e ao sair da lavanderia passei a mão na cabeça do garoto como uma maneira de agradecimento da crônica que ele acabou de me proporcionar.

Novidade;

Na quinta-feira às 11:30h no Hospital Esperança, chegou visivelmente linda e cabeludinha a Sofia, para a felicidade de todas as 17 "pessoas próximas" que se encontravam no apartamento da nossa MãePepper.


Parabéns fê!!